quarta-feira, 6 de abril de 2011

Oooh Minas Gerais!

Falar de pão de queijo e de Minas Gerais é uma redundância para quase todos os brasileiros. Em qualquer lugar do país que se tente comer pão de queijo, não dá pra encontrar ponto tão perfeito como o da obra-prima mineira. Sim, paulistas e goianos que me desculpem, mas o deles é diferente. Muito diferente.

Como amante de muitos dos quitutes mineiros (já é coisa do sangue), nunca consegui entender a mágica que esse povo tem nas mãos. Parece que o jeitinho de falar puxado, de abraçar apertado, de se solidarizar com o próximo interfere em cada parte da cozinha mineira. E tudo fica, sim, uma delícia.

E eu cresci com o privilégio de viver à beira da praia, mas ter uma mãe mineira, que fazia o melhor pão de queijo de todos, mesmo estando na terra do arroz de cuxá. E quando ela fazia, dava uma vontade de que aquilo ali fosse o café da manhã de todo dia, o lanche da tarde da escola, a boquinha antes de dormir. Mas, não! Dava muuuito trabalho! Era leite fervendo prum lado, polvilho se misturando aos muitos ovos do outro, óleo, sal, queijo ralado... tudo isso indo aos poucos, cada qual no seu lugar. Os anéis da minha mãe todos em cima da prateleira, porque a massa grudava demais. A mão com aspecto avermelhado, porque a massa quente não dava trégua. Os braços cansados de tanto amassar... E depois nós, fazendo a nossa parte do processo: enrolar as bolinhas uma a uma, comer a massa crua escondida ou fazer pão de queijo em forma de coração, de K, T e S. 

Sim, pão de queijo tem gosto de infância, de viagem de férias pra casa da Tia Alice, de quitute da mamãe quando nos comportávamos bem, de trabalho pesado que deveria ser exporádico.

E foi assim até o dia em que descobri uma receita, digamos, genérica, mas tão deliciosa quanto, do bolo de pão de queijo no site do Edu Guedes. Ham? Como assim? Não tem que ferver nada? Não tem nem que encostar o dedinho na massa? Não precisa fazer mil bolinhas? Não precisa ter umas 3 formas? Não demora mais de uma hora? Ham? Que isso?

É, é isso mesmo. Uma receita libertadora, fácil, prática, adaptada à realidade das mamães mineiras que não têm mais todas aquelas horas pra fazer o pão de queijo e à realidade do resto do Brasil, que nunca achou ter a habilidade suficiente pra fazer o delicioso pão de queijo mineiro (exceto pelos goianos, claro! hehehe). 

Ingredientes:
3 ovos
1/2 xícara de óleo
1/2 xícara de leite
250g de polvilho doce (dá umas 2 xícaras e meia)
1 xícara de queijo ralado (parmesão, de preferência)
1 colher de sopa rasa de fermento químico em pó
1 colher de chá de orégano
1 colher de sobremesa (ou o quanto você achar necessário) de sal


Modo de fazer:
1. Unte uma forma com margarina e queijo ralado (pode ser farinha de trigo se o queijo não for suficiente)
2. Pré-aqueça o forno a 180 graus
3. Bata no liquidificador os ovos, o óleo e o leite
4. Em um recipiente, coloque o polvilho, o queijo, o fermento, o sal e o orégano
5. Sobre a mistura dos ingredientes secos, jogue o líquido que foi batido no liquidificador
6. Misture tudo à mão
7. Asse por uns 20-30 minutos (eu, na verdade, faço o teste do palito quando vejo que ele já tá douradinho)


As dicas de ouro:

Use mais de um tipo de queijo se quiser enriquecer o sabor. Quando estou com muuuuita vontade de comer, uso só o muçarela, que é o que geralmente sempre tem, mas fica fraquinho. É bom, no mínimo, colocar a metade de parmesão. Ah, eu quase nunca uso parmesão do pacotinho. Compro a peça e ralo (é quase sempre mais barato e gostoso). Se você usar o do pacote, tome cuidado com o sal da receita, pois a peça de parmesão é sempre bem menos salgada que aquele já ralado. Ah, se for ralar parmesão e/ou muçarela, use o ralador grosso. Da menos trabalho e fica bem mais "gooey". Da primeira vez que fiz, usei provolone, parmesão e muçarela e ficou divino! E por mais que te dê uma vontade louca de comer logo, espere ele ficar bem douradinho, porque é aí que ele forma uma casquinha grossa e crocante que deixa o interior com o aspceto bem mais macio.

E aí? Tá esperando o que pra testar a receita hoje?

Um comentário:

  1. Sou a mamãe da Kesia, fiz pão de queijo toda a minha vida, mas esse ai de forma é realmente fantástico. Vale a pena experimentar. Toda vez q ela faz eu brigo com ela, dizendo: "Minha filha isso não é justo! Sai com esse pão de queijo daqui". Brigo porque é impossível comer só um pedacinho, dá vontade de comer a forma inteira. Viajei e ela fez um, somente ela e meu Marido comeram a forma inteira, pensa!?!?!? Mas não deixei de lado o nosso tradicional e delicioso pão de queijo mineiro. Parabéns minha filha por seu desempenho na cozinha e preparar pra nós esse pão de queijo, q não se toca nele, não escalda, não tem tanto trabalho. Chamo isso de pão de queijo do século XXI. Bj gde

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